Mistérios do Mar!
(Margarida Lorena Zago)
Oh mar, de extensão profunda!
Quanto mistério neste movimento de ida e volta?
Quisera entender-te em tuas águas, ora azuis, ora verdes,
ora toldadas, ora cristalinas.
Analiso-te e questiono-te há horas.
Percebo-te a calma e ao mesmo tempo o furor,
Que histórias carregas em teu leito?
Lamentos, alegrias, destroços, entulhos, flores, perfumes,
riquezas, energias ali descarregadas, pelos seres a te procurar?
Sentada à sombra das figueiras, na passarela de
madeira, que contorna-te a orla, ao sul e a mata atlântica, ao norte, observo:
Que emanas emoções, enigmas,
segredos, comunhões, pensamentos de infinita curiosidade.
Reflexos de
nostalgia, devoção, admiração, compreensão, instauram-se na contemplação
calada...
Tu trazes e levas, lavas, filtras, transformas, independente
do que te atribuem os seres humanos, aquáticos, e astros.
Nada te abate!
Continuas a tua dança de ir e vir, num compasso que te
apraz.
Aproximas as divisas, as trocas, as culturas, a economia, as
pesquisas, os saberes.
Aceitas, sem restrições a intervenção de quem quer que seja.
O teu movimento misterioso, faz jus à criação da Divindade!
No teu balanço, embalas sentimentos, de alegria, nostalgia,
mesclada à vasta gama de sensibilidades.
Teu universo atrai, fascina, envolve, descontrai e abraça
com misteriosa sensualidade.
E com ternura, tuas brumas, as areias vão beijar.
Encantas!
És dócil como a maternidade, estupidamente furioso e
destrutivo, como um vulcão.
E, quando os humanos já não possuem mais esperança, pelos
estragos a que os cometeste,
Voltas à calma, te recolhes,
recebes e dás ao universo, sintonia e equilíbrio, outra vez.
Oh Mar! ...tua beleza misteriosa, faz contemplar-te,
amar-te, respeitar-te e buscar na magnitude , a essência do prazer.
Deleito-me em tuas águas, piso-te as areias e alegro-me com
tua atraente altivez!
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